terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Entre amigas




Ouvindo uma conversa entre duas amigas...
(Não sou fofoqueira, o assunto estava alto. Então...)

"Acho que eu nunca mais vou ser feliz outra vez!"

Essa frase me chocou, confesso! Como assim?!
Pelo que eu havia percebido na conversa, ela acabara de se separar de um cara.
Saí dali, perplexa! 
Me perguntando como ela poderia dizer isso, aparentava ser nova, bem vestida, ...
Logo imaginei. "Deve ter um bom emprego, casa, carro...ela acha mesmo que não vai ser mais feliz?!"

Dei mais dois passos e um turbilhão passou na minha mente.
Eu já havia passado pelo mesmo sentimento.
Hoje ando tão bem e tão feliz que esqueci por completo que já estive na mesma barca que ela.
Confesso que rolou até um enjoo. Relembrar tempos difíceis é bem ruim. Desisti na hora de todo e qualquer comentário que faria sobre a situação. Eu somente relembrei. Das noites em claro, das manhãs de olhos inchados, dos litros de lágrimas derramadas, do desanimo, da comida remexida no prato, os quilos perdidos (desses ai não vou reclamar nunca!), das festas perdidas, das musicas choradas e soluçadas, das várias vezes que achei que iria morrer.

Eu também achava que nunca mais seria feliz, que nunca mais teria alguém ao meu lado. Não via a menor chance de me apaixonar novamente, e o pior, eu tinha pavor de ficar sozinha. De ser tão desinteressante e ninguém se aproximar.
Fiquei meses com medo do mundo, com medo de mim, dos outros.
Me afastei de tudo e de todos. Eu amava tanto aquele cara, que nada mais me importava.
Eu rastejei, liguei, chorei, implorei pra ele me amar.
E cansei.

Era uma dor tão insuportável que no fim já nem doía mais. (Estranho!)
E o tempo foi passando...
E a dor se acalmando. Já não chorava mais, já comia, bebia, comecei a sair de casa, falar com pessoas. Até que encontrei uma amiga. Era nova como eu e teria um mundo inteiro pela frente se não fosse uma doença. Tinha pouco tempo de vida.
O namorado não suportou o tratamento e foi embora. E ela com tão pouco tempo resolveu não chorar. Ela simplesmente foi viver o que restava. 
Aquilo me derrubou, eu tinha tudo, casa, carro, emprego e saúde. Ela só tinha alguns dias e tinha um sorriso do tamanho do mundo. (Dois meses depois desse encontro ela morreu.)

Eu saí dali pensando: "Eu tenho tudo que preciso pra ser feliz, pois eu tenho a mim mesma. Não preciso de mais nada além disso. As outras coisas virão com o tempo. E eu verei que tudo será bom, muito bom pra mim. Eu não posso colocar nas mãos do outro a minha felicidade. Se eu souber me amar e vou encontrar alguém que saiba me amar como sou também."
Eu acreditei em mim. Demorou, mas não me arrependo. Tudo mudou. Comecei a dar prioridade a mim, meus familiares e amigos, ao meu trabalho. 
E quando eu realmente estava pronta, eu encontrei alguém.

Depois de relembrar, me deu uma vontade de falar para aquela menina que era só ela não perder a fé que tudo iria se ajeitar, mas já era tarde.
(Acho até que ela iria me chamar de fuxiqueira)

Continuei caminhando, e rindo! Como a gente age feito bobo sem perceber.
Ninguém morre de amor, de decepção. Tudo é aprendizado.

Eu não perdi a fé. E você?!










terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Prezado,



Eu realmente achei que não teria forças de escrever esta carta.
Ainda estou me recuperando. Talvez você não saiba, mas fiquei muito doente.
Só agora consegui me reerguer. Achei até mesmo que entraria em momento de luto.
Porém, tive de lutar pra me levantar.

Bom, preciso lhe dizer algumas coisas. Coisas rápidas!
Não tomarei muito do seu tempo.
Preciso muito lhe dizer que te amei muito. Que fiz por você coisas que nunca me imaginei fazendo por outro alguém.
Que esperei por você todas as noites em que me dizia que não viria, eu tola achando que mudaria de ideia, talvez.
Que fiz da minha vida a sua vida.
Que cuidei de todas as suas dores. Que fiz suas vontades. Que me doei como nunca pra alguém.

E quando me deixou. Eu vi meu mundo cair.
Sentir uma dor indescritível, acreditando mesmo que eu poderia morrer.
Só agora estou me recuperando do baque que tive.

Talvez não se importe, mas vou lhe dizer.
Estou me recuperando aos poucos e só percebi o quanto me afundei, quando me vi no escuro, no fundo sem forças  pra voltar.
Senti um aperto profundo, e por ter medo de morrer e não seria nada interessante morrer por amor, decidi sair de dentro do meu quarto e vi que o tempo havia passado, as pessoas haviam mudado e as crianças já não eram mais tão inocentes.

Meu caro, me olhei no espelho e vi que eu não era aquela criatura amarga e cinza.
Eu sempre fui tão feliz. Não seria justo comigo mesma, ser tão triste assim.
Decidi sair de casa e ver como o mundo estava e vi que perdi muito.

Eu disse que seria breve, não irei demorar.
Se eu podia te dar tanto amor, eu poderia dar amor a um outro alguém. Ou a outras pessoas, tantos outros precisam de mim.
Então, preciso lhe dizer. Seja feliz.

Att.

Eu.